A passagem da escola primária para o ensino básico incorpora um
conjunto de mudanças significativas e por isso acho que é uma temática
relevante para ser analisada.
Começo por referir que no meu caso, esta mudança foi bastante
atenuada pelo facto de a minha turma no 5º ano, ser praticamente a mesma da
escola primária com a exceção de dois ou três colegas novos. Ainda assim, um
dos aspetos mais relevantes proveniente desta mudança de escolas, foi o facto
de a nova ter muitas mais crianças e jovens, sendo que tinha alunos desde o 5º
ao 12º ano, perdendo portanto aquela “confidencialidade” e ambiente acolhedor
que a escola primária me proporcionou pelo facto de sermos poucos e com poucos
anos de diferença de idades. Outro aspeto com que me deparei, foi o facto de
termos vários professores, uma vez que, na escola primária era apenas um (uma
no meu caso) para todas as disciplinas e assim sendo, como seria de esperar, a
professora conhecia bem todos os elementos da turma, sabendo as nossas
dificuldades, os nossos pontos fortes e mais importante, sabia como tinha que
lidar com cada um de forma a conseguir o melhor de cada um, coisa que na nova
escola não acontecia, uma vez que passávamos muito menos tempo com cada
professor. Ainda assim, adaptei-me bem às novas condições e obstáculos e posso
dizer que foram anos de sucesso escolar e que passei muitos bons momentos na
nova escola.
Alexandre Rego
A passagem do 4º para o 5º ano não é apenas
uma mudança de ciclo. Tudo muda: a rotina, os amigos, a quantidade de trabalhos
e até as responsabilidades. É uma grande mudança na vida de uma criança que
deixa um ambiente mais protegido e passa a viver um dia-a-dia com mais
autonomia e obrigações. Funciona quase como um aviso para os pais de que o
“bebé” está a crescer.
A maioria das crianças tem reações extremas a este tipo de
mudanças. Uns ficam tão ansiosos e animados que nem conseguem dormir na noite
anterior, outros ficam tão aterrorizados com a nova escola que choram imenso
para que as mães não os levem ao primeiro dia de aulas.
Eu senti-me um pouco dividido pelos dois cenários. Por um lado
estava muito animado por ir para uma escola diferente do habitual, com uma
cantina onde teria de almoçar com as outras, com um pavilhão de educação física
onde iria praticar imensos desportos, por fazer novos amigos e principalmente
por ser algo novo, algo que mudaria completamente o meu dia-a-dia. Por outro
lado senti-me receoso e até intimidado com o tamanho da escola, pois a minha
maior preocupação era perder-me nos corredores à procura das salas e levar
faltas por atraso. Todo o sistema funcionaria de um modo diferente, teria de
cumprir os horários e se não fizesse os TPC’s a professora iria mandar um
recado para casa, algo que era completamente novo para mim e me deixava com
algum medo. Era uma mistura de sensações que me deixavam impaciente, sem saber
o que esperar.
No entanto, quando finalmente chegou o dia, tudo parecia muito
simples. Os professores acompanharam-nos em tudo, deram-nos todos os conselhos
e orientações possíveis e a escola não era assim tão grande para que me pudesse
perder. Ao fim de uma semana parecia já terem passado dois meses pois vivi
várias aventuras e descobri um novo mundo de uma só vez. Apesar de ter sofrido
um pouco por ansiedade, adaptei-me facilmente a este novo grau de exigência e
tudo foi mais fácil do que parecia.
Júlio Ferreira
A mudança do 4º ano para o
5º ano implica um grande conjunto de mudanças que nos podem afetar a nível psicológico.
No primeiro dia de aulas no
meu 5º ano, eu estava muito nervoso e ansioso porque não conhecia quase ninguém
da minha turma, ia para uma nova escola e ia ter professores novos (um para
cada disciplina). Ocorreu uma mudança bruta a todos os níveis.
Eu estava habituado a ter os
mesmos colegas e o mesmo professor desde o 1º ano de escolaridade mas com o
tempo fui conhecendo os meus novos colegas e a adaptação até foi rápida, graças
um pouco à minha mãe que trabalhava na escola e ia-me apresentando as pessoas.
Apesar disto tudo, fiz grandes amizades tanto com os meus colegas, fiz amigos para a vida, como a nível dos professores, que estão sempre disponíveis para me ajudar.
Cláudio
Graça
Relação com a Psicologia:
Ao longo da vida somos sujeitos a
diversas transições que podem ter um período de adaptação mais ou menos longo,
dependendo da capacidade de adaptação de cada um. Fatores como o tipo de
transição, a personalidade e competências da pessoa em questão tem também
influência no tempo necessário para a adaptação. Depois, existem várias
transições que merecem particular atenção porque acarretam normalmente
problemas. Contudo, não nos devemos centrar em evitar a mudança ou a transição
mas sim evitar os impactos negativos que a mudança pode acarretar, promovendo
uma adaptação saudável.
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