sexta-feira, 27 de maio de 2016

Entrada para o 5º ano

 
 
 
 

  A passagem da escola primária para o ensino básico incorpora um conjunto de mudanças significativas e por isso acho que é uma temática relevante para ser analisada.
  Começo por referir que no meu caso, esta mudança foi bastante atenuada pelo facto de a minha turma no 5º ano, ser praticamente a mesma da escola primária com a exceção de dois ou três colegas novos. Ainda assim, um dos aspetos mais relevantes proveniente desta mudança de escolas, foi o facto de a nova ter muitas mais crianças e jovens, sendo que tinha alunos desde o 5º ao 12º ano, perdendo portanto aquela “confidencialidade” e ambiente acolhedor que a escola primária me proporcionou pelo facto de sermos poucos e com poucos anos de diferença de idades. Outro aspeto com que me deparei, foi o facto de termos vários professores, uma vez que, na escola primária era apenas um (uma no meu caso) para todas as disciplinas e assim sendo, como seria de esperar, a professora conhecia bem todos os elementos da turma, sabendo as nossas dificuldades, os nossos pontos fortes e mais importante, sabia como tinha que lidar com cada um de forma a conseguir o melhor de cada um, coisa que na nova escola não acontecia, uma vez que passávamos muito menos tempo com cada professor. Ainda assim, adaptei-me bem às novas condições e obstáculos e posso dizer que foram anos de sucesso escolar e que passei muitos bons momentos na nova escola.

                                                                                                Alexandre Rego



  A passagem do 4º para o 5º ano não é apenas uma mudança de ciclo. Tudo muda: a rotina, os amigos, a quantidade de trabalhos e até as responsabilidades. É uma grande mudança na vida de uma criança que deixa um ambiente mais protegido e passa a viver um dia-a-dia com mais autonomia e obrigações. Funciona quase como um aviso para os pais de que o “bebé” está a crescer.

  A maioria das crianças tem reações extremas a este tipo de mudanças. Uns ficam tão ansiosos e animados que nem conseguem dormir na noite anterior, outros ficam tão aterrorizados com a nova escola que choram imenso para que as mães não os levem ao primeiro dia de aulas.

Eu senti-me um pouco dividido pelos dois cenários. Por um lado estava muito animado por ir para uma escola diferente do habitual, com uma cantina onde teria de almoçar com as outras, com um pavilhão de educação física onde iria praticar imensos desportos, por fazer novos amigos e principalmente por ser algo novo, algo que mudaria completamente o meu dia-a-dia. Por outro lado senti-me receoso e até intimidado com o tamanho da escola, pois a minha maior preocupação era perder-me nos corredores à procura das salas e levar faltas por atraso. Todo o sistema funcionaria de um modo diferente, teria de cumprir os horários e se não fizesse os TPC’s a professora iria mandar um recado para casa, algo que era completamente novo para mim e me deixava com algum medo. Era uma mistura de sensações que me deixavam impaciente, sem saber o que esperar.

  No entanto, quando finalmente chegou o dia, tudo parecia muito simples. Os professores acompanharam-nos em tudo, deram-nos todos os conselhos e orientações possíveis e a escola não era assim tão grande para que me pudesse perder. Ao fim de uma semana parecia já terem passado dois meses pois vivi várias aventuras e descobri um novo mundo de uma só vez. Apesar de ter sofrido um pouco por ansiedade, adaptei-me facilmente a este novo grau de exigência e tudo foi mais fácil do que parecia.

                                                                                                Júlio Ferreira


  A mudança do 4º ano para o 5º ano implica um grande conjunto de mudanças que nos podem afetar a nível psicológico.
  No primeiro dia de aulas no meu 5º ano, eu estava muito nervoso e ansioso porque não conhecia quase ninguém da minha turma, ia para uma nova escola e ia ter professores novos (um para cada disciplina). Ocorreu uma mudança bruta a todos os níveis.
  Eu estava habituado a ter os mesmos colegas e o mesmo professor desde o 1º ano de escolaridade mas com o tempo fui conhecendo os meus novos colegas e a adaptação até foi rápida, graças um pouco à minha mãe que trabalhava na escola e ia-me apresentando as pessoas.
 Apesar disto tudo, fiz grandes amizades tanto com os meus colegas, fiz amigos para a vida, como a nível dos professores, que estão sempre disponíveis para me ajudar.

Cláudio Graça









Relação com a Psicologia:

  Ao longo da vida somos sujeitos a diversas transições que podem ter um período de adaptação mais ou menos longo, dependendo da capacidade de adaptação de cada um. Fatores como o tipo de transição, a personalidade e competências da pessoa em questão tem também influência no tempo necessário para a adaptação. Depois, existem várias transições que merecem particular atenção porque acarretam normalmente problemas. Contudo, não nos devemos centrar em evitar a mudança ou a transição mas sim evitar os impactos negativos que a mudança pode acarretar, promovendo uma adaptação saudável.  

Drª Marta Costa  (Licenciada em Psicologia Escolar e da Educação, pela Universidade da Beira Interior.)  http://www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil/crescer/comportamento/aspectos-a-ter-em-conta-na-mudanca-de-uma-crianca-de-escola-cidade-ou-pais/




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